Com duração de dois anos, as atividades dos cinco programas realizados em duas Terras Indígenas da etnia Bororo em Mato Grosso com terras próximas ao trecho sul da BR-163 terão cerimônia de encerramento na tarde dos dias 28, 29 e 30 de novembro.
O 'Componente Indígena do Plano Básico Ambiental das obras de duplicação da BR-163/364' (CI-PBA) beneficiou cerca de 800 indígenas da Terra Indígena Tereza Cristina (Santo Antônio de Leverger) e cinco aldeias da Terra Indígena Tadarimana (Rondonópolis). O evento será conduzido pela Concessionária Rota do Oeste, pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema/MT).
Faz parte da programação da cerimônia a exibição de vídeos, produzidos pelos próprios indígenas, e o lançamento de um catálogo sobre a cultura Bóe Bororo e de uma cartilha com o levantamento etnobotânico de espécies da região. Estes materiais foram confeccionados com textos em português e na linguagem indígena.
Segundo Pedro Ely, gerente de Sustentabilidade e Qualidade da Rota do Oeste, em 2014, quando chegou a Mato Grosso, a Concessionária identificou um processo com Licença Prévia emitida em nome do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e, ao assumir a responsabilidade por ela, assumiu também a execução dos programas. As atividades começaram em dezembro de 2014, com o objetivo principal de desenvolver ações para mitigar os impactos socioambientais das obras de duplicação da rodovia BR-163/364 no Estado.
Ely afirma que o relacionamento com as duas comunidades é um passo importante para a Rota do Oeste. 'Foi um ganho trazer para nós a execução desses programas, pois tivemos contato com as comunidades indígenas que têm suas áreas vizinhas ao trecho duplicado da rodovia no sul de Mato Grosso e são nossas parceiras', comenta.
Foram desenvolvidas atividades de cinco programas: Comunicação Social, Registro da Cultura Bororo, Manejo Sustentável dos Recursos Vegetais, Prevenção ao Alcoolismo e Educação Ambiental (resíduos sólidos e prevenção e combate a incêndios).
Dentre as ações estão a construção de um galpão na aldeia Tadarimana para reuniões sobre prevenção ao alcoolismo e o estímulo ao registro da cultura Bororo por meio de fotografias e vídeos.
Na área de Educação Ambiental, foram treinados 54 brigadistas nas comunidades para combater incêndios e distribuídos equipamentos e extintores de incêndio. Foram também instalados depósitos de material reciclável na aldeia Tadarimana para separação do lixo, que é recolhido com frequência por uma empresa recicladora de Rondonópolis.
Os indígenas puderam ainda promover o manejo sustentável dos recursos vegetais de suas regiões, por meio da coleta de sementes disponíveis em suas terras para produção de mudas com a finalidade medicinal ou comercial. Dessa forma, é possível fazer a recuperação de áreas degradadas nas próprias aldeias e até mesmo vendê-las.
A Rota do Oeste aguarda aprovação de um novo projeto próprio pela Funai e pela Sema para dar continuidade a ações nas aldeias impactadas pelas obras de duplicação no sul da BR-163 e na BR-364, e também em outros trechos da rodovia sob sua responsabilidade.